O universo feminino está aqui, na Defensoria Pública do Estado do Pará. No começo, a instituição possuía apenas cinco delas, atuando em meio a tanto preconceito. Hoje, são mais de 100. E as Defensoras Públicas já conquistaram o próprio espaço. Mais que isso, o respeito.

 

A Defensora Leiliana Santa Brígida Soares Lima acredita que a mulher defensora tem papel fundamental, sobretudo em relação às peculiaridades das demandas dos assistidos. Segundo ela, “ainda que o homem tenha habilidades e conhecimentos jurídicos, a mulher se destaca por um plus, que é, justamente, essa habilidade sentimental, de ver, olhar aquele conflito, com sensibilidade maior”. “A mulher por natureza tem essa sensibilidade”, descreveu.

 

No dia a dia da profissão, a Defensora Pública Leiliana credita grande parte do êxito na solução dos conflitos extrajudiciais, nas audiências, em razão das habilidades de ouvir, acolher e dar uma atenção diferenciada. “Às vezes o atendimento vai além da questão jurídica, e passa pela questão desta escuta, desta sensibilidade que a mulher possui, de valorar a questão sentimental envolvida”, pontuou.

 

Não por acaso, disse ela, nos núcleos que são mais direcionados aos conflitos familiares, que envolvem questões afetivas, as mulheres defensoras estão em maior número, “justamente por essa afinidade, essa sensibilidade maior”.

 

A Defensora Pública Felícia Fiuza também acredita que a mulher oferece o atendimento mais “humanizado e, incontestavelmente, tem mais sensibilidade, embora no ambiente de trabalho, no momento de tarefas técnicas, imprima respeitabilidade”. “Temos tanta competência quanto os homens”, reforçou.

 

Atualmente, ela considera que o trabalho de Defensora conquistou um grau a mais de respeito no universo jurídico e, em especial, no sistema judiciário do Estado. “O mundo mudou. E espero que o mundo continue mudando. A mulher galga cargos pelo esforço e trabalho. E se as pessoas nos respeitam é porque não têm o que contestar”, sublinhou.

 

 

Texto: Micheline Ferreira

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